Confiança em Maria


Confiemos em Maria

Mosteiro

Teólogo Giuseppe Gozzellino (1930 - 2010).
O teólogo sacerdote Giuseppe Gozzelino em seu livro de espiritualidade mariana "Confiemo-nos a Maria", propõe uma reflexão sobre a figura e o papel de Maria na vida cristã, enfatizando sua maternidade espiritual. Escreve:

"Confiemo-nos a Maria, mergulhemos na entrega de Maria a Deus. Portanto, entregamo-nos a ela para que a nossa resposta a Deus adquira algo da força e solidez da resposta de Maria".

Por isso, propomos confiar-nos a Maria, seguimos o seu exemplo para viver fielmente o que é proposto no Evangelho, para entrar em comunhão com Jesus.

Junte-se a nós

Fonte de nossa alegria

No plano de Deus, Maria de Nazaré tem uma função que se poderia chamar "genético" porque por meio dela o Verbo de Deus se fez carne, se trasforma em homem, tem um DNA que o une à linha de descendência davídica e o faz herdeiro e depositário de todas as promessas que Deus fez a Abraão, as seus descendentes, ao povo eleito para a salvação de toda a humanidade.
(cfr. Gn 22, 15-18).

A missão de Maria é fundamental porque dela emana aquela Vida do Filho, seu Jesus, que invadirà a Terra. Sem ela não teria existido senão o deserto da morte devido ao pecado da primeira mulher, Eva, a mãe de todos os homens nascidos sobre o signo da rebelião a Deus.
Assim se entende como o Pai quis renovar o plano imenso da criação recomeçando tudo do início com uma nova Eva e com um novo Adão, Maria e Jesus.

Mas este projeto teria sido impossível se não tivesse tido a livre decisão de Maria que com o seu "sim" generoso à Anunciação do Anjo, aceitou plenamente e responsávelmente a vontade de Deus, em qualquer modo fosse manifestado, transformado-se assim na única criatura humana capaz de total docilidade aos desegnos do Pai.
(crf. Lc 1, 26-38).

Todos os privilégios de Maria derivam da sua missão única.
Como Mãe de Deus é Imaculada. Como Mãe de todos aqueles que serão salvados pelo Filho, é Corredentora. Como única criatura, preservada do pecado original em previsão da morte salvífica do Filho, é recebida no céu em alma e corpo. Ela não passa pela corrupção do sepulcro, porque não deve expiar pela punição devida ao pecado original.

Por isso em Maria se realiza de antemão toda a grandeza salvífica querida da SS. Trindade para cada criatura. Ela é a icona na qual, cada homem e cada mulher da Igreja, encontra a sua vocação e a sua perfeição.
Não só, mas sendo Mãe, a sua ajuda é insubstituível e preciosíssima a fim de completar aquele caminho de fé e de amor que o Filho seu Jesus quer para cada um de nós.

Por isso é a Auxiliadora, a Mediadora de todas as graças sem tirar nada à unicidade e à necessidade salvífica do Filho.
Ela é a obra prima mais bem feita da sua programação de salvação e o canal com o qual Jesus quer comunicar aos seus tesouros infinitos de amor e de glória.

No casamento de Canãa, sem ela, Jesus não poderia realizar a transformação da água em vinho (cfr. Gv 2,1-11), assim como sem ela não quis subir sobre a cruz para celebrar a sua Pascoa de liberação, realizando a passagem definitiva do mondo de pecado àquele do Amor, da morte à vida, do homem velho ao novo e criar com ela a nova humanidade formando a Igreja dos redentes.

"Jesus, vendo a mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse à mãe: "Senhora, eis o teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis a tua mãe!" E daquele momento o discípulo a teve na sua casa" (Gv 19,26-27). Maria foi consagrada, naquele momento majestoso, como Mãe de todos os discípulos de Jesus

Os discípulos entenderam que sem ela não seria possível tranformar-se em autenticos filhos de Deus e seguidores de Jesus. Desta união íntima com Maria deriva a certeza de uma contínua e capilar presença dela na vida quotidiana de cada cristão que almeja elevar-se em direção ao caminho de santidade. Assim se repõe toda a vida de Maria, ela que em primeiro lugar viveu a nossa mesma aventura humana com todas as suas alegria e dificuldades.

O seu exemplo nos convence porque a sentimos como uma de nós
Ela pode compreender-nos porque foi mãe, esposa, não teve uma vida fácil, teve que sofrer no seu "terrível quotidiano".
O seu sofrimento chegou ao máximo quando seu Filho imensamente amado teve que passar pela atroz morte na cruz.

Não existe pessoa por mais que sofra que não se sinta compreendida da Maria.
Não existe situação por mais desesperata que seja que Ela não saiba resolver agora que se encontra na possibilidade de ajudar a todos nós.

Todavia a sua função determinante e mais eficaz a experimentamos na assistência que nos oferece ao longo do caminho espiritual, quando nos encontramos a ter que lutar com os obstáculos, as tentações, as insídias do Demônio

Ela nos faz entender, melhor que qualquer outra pessoa, que naqueles sofrimentos está escondido o mistério da cruz. Não se pode alcançar o amor verdadeiro sem a purificação de todos os pecados e sobretudo do pecado de orgulho e de suberbia que são sempre fontes de divisão de cada vida.

A alegria de Maria nos faz provar com antecedência, depois de termos vencido com ela aquelas tentações e aqueles perigos, a antecipação da perfeita felicidade que encontraremos ao final do caminho quando, junto com ela, gozaremos da união transformante com o seu Jesus.