A Paixão

Paixão de Jesus

Paixão

Jesus cai

São Ignácio recomenda, quando de nossos exercícios de meditação sobre "A Paixão", a seguinte preparação psicológica: recolher-se à meditação do dia e sua finalidade. Resumir a contemplação que se vai fazer, o mistério que se vai meditar, esforçando-se, ao levantar-se e se vestir, de compadecer-se e interiorizar-se na dor e no sofrimento de a mesma dor e o mesmo sofrimento que Nosso Senhor Jesus Cristo

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A caminhada em direção ao Gólgota

Extraído do livro: "Abrirei uma estrada no deserto"

A Paixão seguia seu curso e parecia não ter fim: depois da pavorosa flagelação e condenação, começou a caminhada em direção ao Gólgota.
A Cruz era pesada. Um homem sadio a teria suportado, mas, para Jesus, foi um esforço extremo. A carne martirizada sentia dor, e nada mais que dor. A dor da coroa presa em Sua cabeça pelos espinhos não dava tregua.
Ela apertava-o, e os espinhos perfuravam Sua pele. No estado em que se encontrava, o peso da cruz se fez insustentável. Ele somente podia ir em frente com esforço sobrehumano, arrastando Seu pobre corpo.

Durante a meditação, devemos fazer-nos as seguintes observações e perguntas:

- a multidão ao longo do caminho, multidão que os soldados continham com grande esforço. Eram muitos que haviam desejado Sua morte e, para eles, a festa estava apenas começando;

- não sentiam piedade alguma por Este Ser ensanguentado que mal podia caminhar, suportando ainda por cima, golpes de bastão e socos. O ódio cegava a mente da multidão e o mal triunfava em seus corações sem dó. Os soldados seguiam em frente, exigindo brutalmente que Jesus continuasse Sua caminhada, pois, para eles, era simplesmente um dever a cumprir no menor tempo possível.

Onde estavam todos os que tinham recebido benefícios e graça de Jesus? Estavam aí, junto com os outros, prontos para espancar-Lo. Que lhes teria feito Jesus a não ser o bem? Será que a hora do mal tinha chegado e Ele era a vítima do sacrifício sobre o qual todos se aliviavam? Nem sequer assassinos despejam tanta crueldade sobre animais, como se o odio fosse agradável e a inocência pouco importasse.Jesus, naquele momento, encontrava-Se só, mergulhado na dor.

Extenuado, vencido pelo peso da Cruz, todo este sofrimento juntava-se à dor da visão daquela longa trilha que parecia não ter fim. Os soldados brutalmente faziam com que Jesus levantasse, pois Ele devia seguir o caminho. Devia ser imolado para que, finalmente, fosse cumprido Seu destino. Pagou com Sua Paixão nossas culpas e deu a Vida Eterna aos que crêem..

Oração

Senhor Jesus, o peso da Cruz vos fez cair por terra. O peso do nosso pecado, o peso da nossa arrogância Te derrubaram. Mas a Tua queda não é um sinal de um destino adverso, não é uma pura e simples fraqueza de quem é oprimido. Desejaste vir ao nosso encontro, nós que, pela nossa arrogância, caímos no chão. A arrogância de pensar que somos agraciados de produzir o homem fez com que os homens se tornassem uma espécie de mercadoria, para ser comprados e vendidos, que são como um reservatório de materiais para os nossos experimentos, com os quais esperamos superar por nós mesmos a morte, enquanto, na verdade, não fazemos outra coisa senão humilhar sempre mais a dignidade do homem. Senhor, ajuda-nos porque caímos. Ajuda-nos a abandonar o nossa arrogância destrutiva e, aprensendo com Vossa humildade, possamos nos levantar novamente.

Do livro do profeta Isaías.

(Is. 53, 4-6)

Em verdade Ele tomou sobre si nossas enfermidades, carregou os nossos sofrimentos e nós O reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Ele foi castigado por nossos crimes, esmagado por nossa iniqüidade. O castigo que nos salva pesou sobre Ele; pelas Suas chagas nós somos curados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; O Senhor fazia recair sobre Ele o castigo das faltas de todos nós.

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