Inferno
Maria Valtorta
Os Novíssimos
- Paraíso
- Purgatório
Foi uma grande mística. Ela ofereceu-se a Jesus come "vítima de Amor para consolar o Amor divino que amado não é, e depois também de Justiça, para a salvação das almas e o mundo".
Junte-se a nós
Visão do Inferno segundo Maria Valtorta
Na suo grande trabalho "O Poema do homem Deus" inspirado pelas visões de carácter místico e pelo ditados, narra minuciosamente a vida de Jesus.
Nos dias de hoje, as pessoas não acreditam mais na existência do inferno. Elas construíram um lugar segundo os caprichos de cada uma delas, menos aterrorizador para sua consciência merecedora de grandes castigos. Como são discípulos bastante fieis do espírito do mal, sabem que sua consciência recuaria diante de certas prevaricações, se acreditasse no inferno tal como nos descreve nossa Fé. Sabe que, se cometesse essas maldades, sua consciência as faria voltar atrás nos seus atos e, de medo, chegaria a se arrepender e, assim, encontraria o caminho de volta a Mim.
Já disse que o purgatório é "fogo de amor". O inferno, por sua vez, é "fogo de severidade extrema. O purgatório é um lugar no qual as pessoas sofrem as conseqüências da falta de amor para com o Senhor, Nosso Deus. Quando pensamos em Deus, Sua Essência brilha diante de nós quando do julgamento de cada um e desperta dentro de nós um desejo incontrolável de possuí-la. Pelo amor, conquistamos o Amor de Deus que, aumentando progressivamente, lava nosso interior até torná-lo puro e brilhante, nos permitindo entrar no Reino da Luz, cujo brilho lhes fiz ver dias atrás. O inferno é um lugar no qual o simples pensamento de Deus, a lembrança de Deus quando do julgamento não é, como para as pessoas que estão no purgatório, ou seja: desejo santo, saudade que doe, más cheia de esperança, de espera serena, de paz perfeita até a total conversão, dando ao espírito que está se purificando, uma atitude alegre, porque cada remissão de uma culpa o aproxima de Deus, seu único amor. No inferno, a lembrança de Deus é puro arrependimento, é tormento, é ódio por satanás, ódio pelos homens, ódio por si próprio.
Depois de terem, em vida, idolatrado satanás em vez de terem me adorado a Mim, agora que vocês pertencem a ele e conhecem seu verdadeiro aspecto, já que ele não precisa mais se esconder atrás do sorriso traiçoeiro da carne, do dinheiro e do poder, somente agora vocês o odeiam por ele ser a causa do seu tormento.
Depois de terem adorado os homens – esquecendo totalmente sua dignidade de filhos de Deus – chegando até a serem assassinos, ladrões, traidores, promíscuos, contrabandistas, encontram-se diante de quem os fez matar, roubar, trair, vender a própria honra e a honra de tantas criaturas infelizes, fracas, indefesas, convertendo-as em instrumento de luxuria, sendo essa a característica do homem envenenado por satanás – agora eles se odeiam por serem a causa de tanto tormento. Por terem adorado a si próprios, outorgando todas as satisfações à carne, ao sangue, aos sete apetites de sua carne e de seu sangue, terem pisoteado a Lei de Deus e a moralidade, agora se dão conta que são a causa de próprio tormento.
A palavra "ódio" preenche esse reino incomensurável, ruge em meio às chamas, berra entre as gargalhadas dos demônios, soluça e grita com os lamentos dos condenados, se faz ouvir como o badalar incessante de um sino, com o som de um berrante anunciador da morte, preenche todos os cantos desta prisão. É, por si só, tormento, pois cada som renova a lembrança do Amor perdido para sempre, o remorso de tê-lo perdido por querer, o mal estar de não mais poder tê-lo.
Entre essas chamas, a alma morta, como um corpo arremessado no fogo de um forno crematório, se contorce e grita como se renascesse novamente dentre dela uma energia que a despertasse e faz com que entenda seu erro, morra novamente, renasça e assim por diante em meio de sofrimentos atrozes, porque o remorso a mata como uma maldição e a morte a traz de volta à vida para padecer. O erro de ter traído Deus em sua vida na Terra está totalmente diante dela na eternidade. O erro de ter dispensado Deus na Terra está integralmente presente para atormentá-la na eternidade.
No fogo, as chamas simulam os espectros do que adoraram na vida na Terra. Entre pinceladas incandescentes, as paixões se apresentam com a mais apetitosa aparência e esbravejam: "Quiseste o fogo das paixões. Prova agora o fogo de Deus que acendeste".
O fogo corresponde ao fogo. No paraíso é o fogo do amor perfeito. No purgatório é fogo do amor purificador. No inferno, é o fogo do amor injuriado. Os eleitos que amam intensamente, recebem amor perfeito. Os que estão no purgatório e que amam de maneira superficial, o Amor se torna chama para levá-los à Perfeição.Os pecadores que ardem no fogo menos o Fogo de Deus, o fogo da ira de Deus os queima por toda a eternidade. E neste fogo tem gelo.
Oh, não pode imaginar o que é o inferno! Há o fogo, as chamas, gelo, águas transbordantes, fome, sono, sede, feridas, doenças, pragas, a morte.Tudo que atormenta o homem na Terra somado e multiplicado milhões de vezes, é unicamente uma sombra dessa tremenda verdade.
O gelo sideral se mistura ao calor abrasador. Os condenados ardem no fogo humano e sentem algo como gelo para Deus Pai. E o gelo os espera para congelá-los, uma vez que o fogo os queima como peixes colocados na brasa. A chama que derrete o gelo torna-se um tormento no tormento.
Não é uma metáfora, pois Deus pode fazer com que as almas, já com o peso das culpas cometidas, tenham uma sensibilidade igual à carne antes de vestir essa nova pele! Vocês não sabem e não acreditam. Mas, em verdade digo a vocês que seria melhor suportar todos os tormentos de meus mártires que uma hora debaixo dessas torturas infernais.
O terceiro tormento é a escuridão, a escuridão material e a escuridão espiritual. É permanecer para sempre na ignorância depois de ter visto a luz do Paraíso e queimado por esta ignorância depois de ter visto a Luz que é Deus. É debater-se neste tenebroso horror, que somente se ilumina com o reflexo do espírito em brasa, o nome do pecado que os pregou neste horror! É encontrar apoio no meio deste tumulto de espíritos que se odeiam e se machucam de maneira recíproca, somente pelo desespero que os enlouquecem e os tornam cada vez mais malditos. É alimentar-se com este desespero, apoiar-se nele, matar-se com ele. Assim tenho dito: a morte alimentará a morte. O desespero é morte e alimentará estes mortos eternamente.