sabado, 1 de setembro de 2002
sabato 1 settembre 2002
Carta de setembro
I mesi passano in fretta... la sensazione è, da una parte, di essere arrivato l’altro giorno e dall’altra di essere qua da moltissimo tempo, visto le tante cose fatte e successe e la diversità di ambiente e persone. Comunque sono passati più di sette mesi e questa è la sesta letterina. Qui si continua a lavorare come dappertutto e passare il mese di agosto in piena attività e pensare al periodo dopo Natale come periodo di vacanza (per scuole ecc.), piena estate, mi suona ancora strano. Il mese di agosto è il mese vocazionale e ad ogni domenica si ricorda una vocazione particolare (1° dom. i preti, 2° la famiglia essendo il giorno dei papà, poi i religiosi ed infine ultima dom. i ministeri laici), in modo particolare abbiamo celebrato come parrocchia la settimana della famiglia, così come in tutto il Brasile, ed ora stiamo iniziando il mese di settembre, il mese della Bibbia. Non sto a raccontare le iniziative perchè non vi vorrei vedere addormentare davanti al video o sul foglio stampato.

Vi vorrei però accennare ad un’altra iniziativa: dall’1 al 7 settembre in tutto il Brasile la Chiesa (i Vescovi riuniti come CNBB), con molte altre associazioni, ha proposto un plebiscito che si concluderà con il “Grito dos excluidos” il giorno 7, quest’anno è l’ottavo anno che si celebra. Perchè votare questo plebiscito? Stiamo invitando la gente a dire NO, con votazioni, all’ALCA (area di libero commercio delle americhe), un trattato che è iniziato anni fa da parte degli Stati Uniti (si concluderà e sarà attivo dal 2005 se non si riesce a fermare) e che cerca di coinvolgere tutti i paesi dell’America Latina e centrale per formare una grande potenza economico-commerciale capace di contrastare le economie dell’Europa e dell’Asia. Non so se in Italia se ne parla, in Brasile poco, anche perchè per es. le TV sono multinazionali e l’accordo ALCA, per loro, è solo un vantaggio. Per sapere cosa è questo strano trattato sotto trovate una sintesi che spiega abbastanza bene l’accordo (mi sapeva fatica tradurlo ma penso si possa capire... almeno il senso). Non è un discorso politico, o meglio, è un discorso politico nel senso che guarda al bene delle persone ma non è, ovviamente, un discorso partitico. Per le fascie più povere questo tipo di accordo commerciale è un disastro, come sempre è a beneficio dei pochi ricchi, delle multinazionali e degli investitori. La cosa più difficile è spiegarlo alla gente semplice e “ignorante” e diffondere la notizia. Molte volte è abbastaanza dire che aumenta la povertà ed è già chiaro. Si distribuiscono urne e si insegna a votare, speriamo di raggiungere, tra città e campagna, un centinaio di luoghi dove votare. Nel ’94 ci fu l’accordo NAFTA da parte degli Stati Uniti con Canada e Mexico... statistiche mostrano i danni di quell’accordo: l’aumento della povertà per i più poveri e l’aumento della ricchezza per i ricchi; l’ALCA è un prolungamento di questo accordo NAFTA.

In questi mesi il mio lavoro è sempre stato in ambito pastorale, formazione, visita alle comunità, celebrazioni, ecc. Questo aspetto è un po’ una cosa nuova anche per me, ci si accorge della gravità vivendo da questa parte del mondo. La sofferenza di questa gente è grande e molte volte l’unica prospettiva è fuggire e scappare verso la città... ma quale futuro?

Scusate se in questa lettera mi sono soffermato su questi aspetti, ma vi invito ad informarvi. E’ un modo per entrare in comunione con chi soffre di bisogni primari (cibo, salute, scuola, lavoro).

E’ sabato sera ed è passata la mezzanotte, in piazza si sente ancora musica: sono i politici che pagano macchine con enormi casse come propaganda per un candidato o per l’altro (in ottobre ci sono le elezioni politiche). Ora vado a dormire. Vi ricordo tutti con amicizia e affetto.


Ipirà, sabado, 1 de setembro de 2002

Pe. Marco

07 de setembro de 2002

8º GRITO DOS EXCLUÍDOS
Plebiscito Nacional da ALCA

SOBERANIA NÃO SE NEGOCIA!

O título acima é o lema do 8º Grito dos Excluídos que as Pastorais Sociais da CNBB promoverão no próximo 7 de setembro, em parceria com movimentos sociais. A data marcará também o encerramento do Plebiscito Nacional da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), durante a Semana da Pátria. À semelhança do Plebiscito sobre a Dívida Externa, promovido pela CNBB em 2000, neste ano os brasileiros serão convocados a se manifestarem a favor ou contra a entrada do Brasil na ALCA.

O QUE É A ALCA

A ALCA é um tratado comercial. Esta é a proposta: que todos os países da América façam um tratado comercial. Segundo esse tratado comercial, aquilo que for produzido em qualquer desses países pode ser comprado e vendido livremente em qualquer outro país sem taxa alguma, sem tributação. Além de ser um tratado comercial, ele é um tratado econômico, porque qualquer investidor, qualquer empresário pode fazer um investimento no país que der mais rendimento.

Os capitais vão poder circular livremente entre os 24 países. Eles entram e saem a hora que querem, nenhum país pode, por exemplo, colocar uma lei para regular a entrada ou saída de capitais. NÃO! Ele pode entrar hoje e sair amanhã. Então entra na bolsa hoje e sai amanhã, ele especula numa alta, numa baixa e sai.

A única coisa que não pode circular livremente, é gente. Eu não posso ir trabalhar no Canadá ou nos EUA. Você pode circular o gravador, o dinheiro, mas as pessoas não podem circular, as pessoas estão sujeitas às regras de imigração. São 2 pesos e 2 medidas.

O QUE ACHAMOS DA ALCA

Diante de um continente que arde em crises sociais e de países que explodem sob o peso da exploração financeira que tomou conta da economia mundial, o governo dos Estados Unidos não está nem aí com a miséria do povo. Ao contrário, ele parece entusiasmado com as oportunidades de bons negócios que as turvas águas do momento propiciam aos espertos e poderosos. Sua urgência não é matar a fome do povo. Sua pressa é impor uma liberdade de comércio que possibilite abocanhar vantagens diante da fraqueza dos outros.

Face à miséria que cresce, a ALCA vem propor um festival de negócios. Em vez de compaixão pelos pobres, a fartura de lucros exorbitantes, às custas do agravamento da miséria. Em vez de superar as desigualdades, os idealizadores da ALCA se encantam com as oportunidades que elas propiciam. E não se tocam diante do espetáculo que vai se tornando corriqueiro, do contraste entre ricos aeroportos, onde transitam mercadorias sofisticadas para capricho de uns poucos, e os lixões de detritos, onde os pobres disputam os restos que sobram do esbanjamento irresponsável e insensível.

O governo dos Estados Unidos propõe uma liberdade total de comércio, colocando o peso paquidérmico da economia americana sobre as coitadas economias de pequenos países, como Honduras, Nicarágua, Bolívia, e tantos outros. E diante do Brasil, talvez o único que poderia opor alguma resistência, baseada em seu potencial econômico, os negociadores arreganham os dentes, ameaçando com represálias.

Diante do continente americano que se contorce na miséria e na fome, há uma opção a fazer: É hora de compaixão, ou é hora de exploração? E’ mutirão contra a miséria e a fome, ou é campeonato de negócios escusos? A resposta do Evangelho é clara: “Ide aprender o que significa: eu quero misericórdia, e não sacrifício”. Eu quero amor e solidariedade, não quero esta ALCA hipócrita.

Das 500 grandes empresas que possuem 73% do PIB mundial, 85% delas estão sediadas nos EUA, que abrigam apenas 4% da população mundial e controlam 22% das riquezas do planeta. Como disse Bill Clinton, se quisermos manter esta fatia de riqueza, precisamos vender para os outros 96% da população. Assim, a ALCA aparece como uma tábua, senão de salvação, pelo menos de alívio.

As relações comerciais dos EUA com a América Latina ainda são inexpressivas. Em 1990 eram dirigidas ao nosso Continente apenas 3,6% do total das exportações dos EUA, dos quais quase a metade para os países que integram o MERCOSUL. O Brasil representa apenas 1% do total de comércio exterior estadunidense.

O QUE GANHA O BRASIL COM A ALCA?

Um bom termômetro para saber o quanto a ALCA seria positiva ou não para o Brasil é o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que desde 1994 reúne o Canadá, os EUA e o México. Os dois países vizinhos aos EUA passaram a depender dele em mais de 80% de suas exportações, enquanto o Brasil possui relações comerciais geograficamente diversificadas, o que lhe permite maior margem de manobra. Como competir com uma nação que, em 2000, alcançou um PIB de US$ 9,9 trilhões? No mesmo ano, o do Brasil chegou a US$ 593 bilhões. Os atuais acordos da ALCA prevêem eliminação das barreiras alfandegárias, mas nada dizem sobre a proibição de criar barreiras não alfandegárias, que os EUA costumam adotar para assegurar seu protecionismo.

Nestes anos todos o governo está participando de encontros e reuniões para elaborar este tratado da ALCA sem criar as condições para o povo brasileiro expressar seu parecer em relação a uma decisão tão grave e que terá conseqüências enormes na vida de todos.

O QUE FAZER?

No próximo 7 de setembro, haverá o 8º Grito dos Excluídos que as Pastorais Sociais da CNBB promoverão em parceria com os movimentos sociais. A data marcará também o encerramento do Plebiscito Nacional da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), durante a Semana da Pátria. À semelhança do Plebiscito sobre a Dívida Externa, promovido pela CNBB em 2000, neste ano os brasileiros serão convocados a se manifestarem a favor ou contra a entrada do Brasil na ALCA.

Em Ipirá foi organizado o COMITÊ POPULAR para realizar o Plebiscito. Desde já convidamos a todos para tomar conhecimento de tudo o que está acontecendo em relação à ALCA e também participar e convidar a outros para que participem do Plebiscito; é a única maneira oferecida ao povo em geral para expressar sua opinião sobe um assunto tão importante.


Do dia 1º até o dia 7 de setembro deste haverá o Plebiscito Nacional da ALCA, também em Ipirá seremos convidados a dar o nosso parecer em relação ao Tratado da ALCA respondendo às perguntas a seguir:


1. O governo brasileiro deve assinar o tratado da ALCA? NÃO
2. O governo brasileiro deve continuar participando das negociações da ALCA? NÃO
3. O governo brasileiro deve entregar parte de nosso território – a base de Alcântara – para controle militar dos Estados Unidos? NÃO



PARTICIPA E CONVIDA OUTROS PARA PARTICIPAREM!

Torna all'indice