PALAVRAS DE DESPEDIDA
DO REITOR PE. JOÃO ROQUE ROHR,S.J.

(Pontifício Colégio Pio Brasileiro, 30 de setembro de 2014)


Amigos e Amigas já nominados e nominadas no início da Santa Missa.

Ao encerrar esta singela sessão de homenagem, gratidão e reconhecimento da Igreja no Brasil à Companhia de Jesus, dirijo a todos uma breve palavra de despedida e de agradecimento. Valho-me de alguns versos de uma bela poesia que, parafraseando, diz assim:

“DEPOIS QUE EU PARTIR,
AS ÁGUAS (DE ROMA E DO PIO BRASILEIRO) CONTINUARÃO A CORRER,
FOI BOM TER PARADO (ALGUNS ANOS) AQUI,
PARA UM POUCO DELAS BEBER”.

Usando uma linguagem analógica, a que águas quero nesta hora referir-me? Primeiramente às águas místicas e mistagógicas das graças e bênçãos de Deus, brotando de Seu coração bondoso e providencial, fluindo abundante, desde o princípio até hoje, pelas mãos do Papa Pio XI, do Núncio Apostólico Aloisio Masela, do Cardeal Sebastião Leme, dos Superiores Gerais da Companhia de Jesus, começando pelo Pe.Vladomiro Ledockowski até o Pe. Adolfo Nicolás e seus Delegados; dos 16 Reitores, cuja galeria fotográfica acabamos de inaugurar; das Presidências da CNBB desde o ano de sua fundação em 1952 e dos seus Representantes, e que, há pouco, em nome da Igreja no Brasil, brindou a este Memorial uma placa de bronze que perpetua, em eloquentes palavras a memória, a gratidão e o reconhecimento à Companhia de Jesus; graças, bênçãos e benefícios que fluiram pelas mãos dos muitos Irmãos, Padres e Escolásticos Jesuítas que, sucessivamente, eram enviados para compor a Comunidade Apostólica a serviço da formação presbiteral; fluíram, ainda das mãos solícitas das beneméritas Irmãs Filhas do Amor Divino. A Deus e à Suas mediações humanas, muito obrigado e sincero reconhecimento!

A cada um dos 2.063 seminaristas ou sacerdotes enviados ao Pio Brasileiro por seus respectivos Bispos, quer de Dioceses brasileiras, quer latino-americanas, ou africanas de língua portuguesa, vai, também, nossa gratidão pela confiança em nós depositada e pela docilidade e dedicação em seguir nossos ensinamentos e nossas orientações. Seis deles se tornaram Cardeais. Cento e quarenta e cinco , dos 1.438 ex-alunos sacerdotes, foram ordenados Bispos. Sem dúvida, todos aportaram, a seu modo e a seu jeito, virtudes e qualidades pessoais que animaram a vida espiritual, comunitária, pastoral e acadêmica nestes 80 anos, aprimorando a formação e elevando o nível do serviço ministerial no retorno ao seu povo. Em tudo isto, temos a certeza de MISSÃO CUMPRIDA, apesar dos nossos erros e defeitos, pelos quais pedimos perdão.

Por fim, uma palavra aos que nos sucedem e levam adiante a mesma missão: CORAGEM! O Espírito Santo de Deus não os abandonará jamais. Sei por experiência que vocês terão muito mais alegrias, que tristezas;muito mais vitórias, do que fracassos; muito mais felicidades, do que frustrações.

Dizia um sábio Formador da nossa Igreja: “Ser Diretor ou formador numa instituição religiosa é ter o privilégio de debruçar-se sobre a janela das almas dos formandos e contemplar o jardim das virtudes”. Ora, todos nós sabemos que num jardim não existem apenas variegadas flores e perfumes. Há, também, espinhos, maus odores e o cultivo dele cansa e consome energias. Mas, o resultado compensa. Dizia Teihard de Chardin: a natureza faz uma árvore se revestir de um milhão de flores, para produzir apenas um fruto, mas este fruto compensa todas as flores que, por sua vez embelezaram e perfumaram todo ambiente.

A função que hoje vocês assumem exige dedicação diuturna, trabalho em equipe, diálogo permanente e a vigilância constante do sentinela que sabe que ainda que o galo não cante, a aurora nascerá. Auguri!

Pe. João Roque Rohr, S. J.

 

Voltar à página principal