Roma, 30 de setembro de 2014.


Pronunciamento do Cardeal Presidente da CNBB
na inauguração da galeria de fotografias dos Reitores
do Pontifício Colégio Pio Brasileiro em Roma



Eminentíssimos Sr.s Cardeais,
Excelentíssimos Sr.s Arcebispos e Bispos,
Reverendo Pe. Adolfo Nicolás, Prepósito Geral da Companhia de Jesus;
Reverendos Reitores dos Pontifícios Colégios...
Reverendos Sacerdotes,
Ilustres Senhores Diretores ou representantes das Agências de Ajuda,
Reverendas Irmãs,
Queridos amigos e amigas,

Esta instituição comemora este ano seus 80 anos de existência. Ela é rica de uma história quase centenária. Tive já a oportunidade de recordar que, hoje, nossa intenção é a de fazer memória agradecida dessa história. E, de memória, este Colégio tem muito. A começar por seu nome, pois o “Pio” ele o tem por gratidão a dois Pios Pontífices. Primeiro, Pio IX, ao qual pertenceu o terreno sobre o qual está construído; mas também Pio XI, que abençoou a pedra fundamental. Ao ingressarmos, no hall de entrada encontramos os bustos dos Eminentíssimos Cardeais Sebastião Leme da Silveira Cintra, à época, Arcebispo do Rio de Janeiro, e Benedetto Aloisi Masella, à época Núncio Apostólico no Brasil, grandes idealizadores e realizadores desta obra, com o apoio indispensável da Companhia de Jesus. O primeiro deles representa o empenho de toda a Igreja no Brasil, o segundo o apoio da Santa Sé. Temos ainda, no mesmo pavimento, as placas e fotografias comemorativas das visitas dos Papas Paulo VI e S. João Paulo II, sinais da solicitude do Sucessor de Pedro por esta casa e da comunhão com a Igreja Universal.

No segundo piso, temos também importantes elementos históricos. Primeiramente, próximo à Capela dos Santos Mártires, encontra-se uma pequena imagem de Nossa Senhora, que, como consta na inscrição lateral, foi modelada por um dos judeus que aqui foram hospedados, segundo as diretivas de Pio XII, como medida de proteção, durante perseguição nazista. E, nisto, temos o terceiro Papa Pio. Neste caso, trata-se de uma joia da história da Igreja no século XX e um importante testemunho do papel desempenhado por este grande Pontífice. Nesse mesmo segundo piso se encontra também um busto do Eminentíssimo Cardeal Agostino Bea, Jesuíta que aqui residiu desde sua promoção ao cardinalato, e que desempenhou um papel muito importante no Concílio Vaticano II e na criação do que é hoje o Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos. E temos ainda o memorial do Pe. Félix Alejandro Pastor, Jesuíta espanhol missionário no Brasil, que por várias décadas foi aqui Diretor de Estudos.

Agora, inauguramos esta galeria de fotografias que podemos considerar históricas. Temos nela a sequência dos Jesuítas Reitores do Colégio. Além de serem também elas um memorial da história transcorrida, são um preito de homenagem e de manifestação de nossa gratidão. Caro Pe. João Roque Rohr, Caro Ir. Lauro Eidt, muito obrigado pelos preciosos anos de vossa vida que aqui foram dedicados. Reverendo Pe. Adolfo Nicolás, Prepósito Geral da Companhia de Jesus, Reverendo Pe. Marcos Recolóns, Assistente Geral para a América do Sul, muito obrigado pelo grande apoio que a Companhia de Jesus deu à Igreja no Brasil ao longo desses 85 anos.

Permito-me, agora, recordar algumas das palavras que o S. João Paulo II aqui pronunciou durante sua visita em 17 de janeiro de 1982, com a intenção de que a memória agradecida da história nos mantenha conscientes dos desafios que temos pela frente:
“Os sacerdotes [...] que aqui vêm, vêm decerto para progredir nas ciências, especialmente nas ciências eclesiásticas; mas devem vir, ainda mais, para crescer realmente no espírito de oração, no contato pessoal com o Salvador. Ouso acrescentar algo mais. Existe certamente nesta nossa Roma – percebe quem tem sensibilidade – uma graça especial. Graça da imperecível presença dos Apóstolos Pedro e Paulo. Graça do testemunho de tantos mártires, que continua a integrar misteriosamente a alma de Roma. Graça da catolicidade da Igreja, traduzida de tantos modos em torno ao Sucessor de Pedro. Graça de perenidade. Será um enriquecimento para vós deixar-vos absorver, durante vossa estadia, por esta graça de Roma. Se assim for, deste Colégio cada ano a Igreja no Brasil receberá pupilos de ministros de Cristo, que terão aproveitado sua estadia romana para aprofundar e robustecer a própria vocação e voltam com acrescida disponibilidade de serviço nas várias áreas que se poderão abrir ao seu ministério”.
A todos vós, em nome da Igreja no Brasil, digo, muito obrigado. E digo, igualmente, Deus e a Santa Virgem Aparecida, os acompanhe em todos os desafios e torne mais fecundo o vosso empenho.

Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida, SP
Presidente da CNBB



 

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