Uberaba (MG), 31 de maio de 2014

Caríssimos irmãos da comunidade presbiteral do Pontifício Colégio Pio Brasileiro,
Pe. João Roque e membros da Direção,
Caríssimas religiosas Filhas do Amor Divino,
Funcionários e funcionárias,

          Há exatamente um ano, tive a alegria de retornar às terras brasileiras após proveitoso tempo de convivência nesta estimada comunidade presbiteral do Colégio Pio Brasileiro. Aprendi muito com todos vocês e sou muito agradecido por todo crescimento humano, espiritual, comunitário, pastoral, cultural e intelectual a mim proporcionado. Vocês me ensinaram a ser mais humano e fraterno. Não voltei ao Brasil da mesma forma que fui para a Itália. Voltei humanamente modificado. Deus lhes pague!

          No dia de Santa Rita, bem de manhã, fui surpreendido com a comunicação de que havia sido escolhido para a nobre missão de assumir a reitoria deste conceituado Colégio. Sobressaltou-me um misto de temor e angústia. Não me sentia preparado para formular um pensamento sobre tal indicação. Pedi um tempo. Foram-me concedidos quatro dias. Estes foram, certamente, os quatro dias mais longos e intensos de minha existência, entre noites mal dormidas e lágrimas. Fui rezar, refletir, aconselhar-me. Comecei a ler os sinais dos tempos. Acabara de ministrar um curso intensivo sobre a Teologia da Graça, nesses dias ministrei um curso sobre a Missão de Jesus Cristo e estava por entrar no retiro espiritual do presbitério de nossa Arquidiocese. Delicadamente, Deus agendara tudo isso, preparando-me para este convite a uma nova missão, a uma grande missão, a uma nobre missão. Fortalecido pela oração de tantos amigos, recobrei a esperança e a alegria do Evangelho, recuperei a paz interior e consegui dizer meu sim, na manhã do dia 26, antes de partir para o retiro.

          Pude confortar-me em Jesus Cristo, o Servidor por excelência, que voltou para o Pai, mas não nos deixou órfãos. Enviou-nos o Defensor. Ele foi muito mais misericordioso e generoso para comigo do que para com os discípulos em sua vida terrena. Àqueles, os enviou “como cordeiros entre lobos” (Lc 10,3). A mim, enviou-me como irmão entre irmãos, como presbítero entre presbíteros, como humano entre humanos. Deus seja louvado!

          A missão que me aguarda é penosa – eu o sei – e não vou inocente nem desinformado. Como agravante, conheço minhas fragilidades. Sei que não fui escolhido por minhas míseras capacidades – haveria gente muito mais capacitada em nossos presbitérios –, mas estou convencido de que fui escolhido pela graça de Deus, que ultrapassa nossas limitações. Preciso contar com o apoio de todos. Desejo trabalhar de forma colegiada, com os demais membros da direção – Deus tem seus nomes em seu coração –, com os membros do Conselho de alunos, com a comunidade presbiteral em geral, com as caríssimas irmãs, com os funcionários e funcionárias. Formaremos, juntos, uma bela sinfonia para executar a melodia da comunhão presbiteral e do amor fraterno.

          Todos vocês já estão incluídos em minha oração. Reclinei-os no aconchego do Sagrado Coração de Jesus, patrono da Arquidiocese de Uberaba. Recomendo-me à suas orações, segundo a ternura da Senhora Aparecida.

          Cordialmente,

Pe. Geraldo dos Reis Maia


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